
O estado de greve dos ônibus na Grande Florianópolis continua ao longo desta sexta-feira (13), com possibilidade de paralisação das atividades ao longo do dia.
Ao ND Mais, o Sintraturb (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Urbano da Região Metropolitana de Florianópolis) afirmou que a mobilização acontece por tempo indeterminado.
Na quinta-feira (12), a paralisação repentina da circulação do transporte coletivo provocou longas filas no Ticen (Terminal de Integração Centro), na capital catarinense.
A mobilização, contudo, afeta mais seis cidades da Grande Florianópolis: São José, Palhoça, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz e São Pedro de Alcântara.
Sem acordo, greve dos ônibus na Grande Florianópolis continua 1s6l5o
Os trabalhadores do transporte urbano da Grande Florianópolis reivindicam, principalmente, reajuste salarial, aumento no número de cobradores nos ônibus, melhorias nas condições de trabalho e melhorias no plano de saúde.
“A paralisação é parcial para chamar a atenção dos prefeitos da Grande Florianópolis, mostrando que dá sim para aumentar as condições de salário, ticket e de trabalho da categoria”, afirmou Deonísio Linder, responsável pela comunicação do Sintraturb com a imprensa, ao ND Mais. Segundo Linder, o Sintraturb apresentará uma nota pública à sociedade nesta sexta-feira, mostrando a “realidade dos números”.
“Nós estamos há seis anos sem paralisação e estamos há seis anos sem aumento real. O aumento real proposto agora é de menos de 1%. Na pandemia tivemos diminuição de ticket alimentação, falaram que não teria demissão e tivemos demissão, então vamos mostrar a realidade dos números para a sociedade”, disse à reportagem.
Por que não há acordo entre categoria e concessionárias? 4g2f33
Para os funcionários que apoiam o estado de greve dos ônibus na Grande Florianópolis, as condições atuais de trabalho são insatisfatórias e a proposta patronal não atende às necessidades da categoria. Dentre as principais reivindicações do Sintraturb, estão:
- Reajuste salarial correspondente ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) mais 3% de aumento real;
- Aumento do vale-alimentação de atuais R$ 1144 para R$ 1300;
- Aumento da gratificação pelo acúmulo da função de motorista e cobrador em 83%, saindo de atuais R$ 708 para R$ 1.300;
- Pagamento integral do exame toxicológico dos motoristas;
- Melhora nas condições de trabalho.
O Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Florianópolis) argumenta que, ao longo das negociações, apresentou propostas para a categoria encerrar a greve dos ônibus na Grande Florianópolis. A mais recente contempla reajuste de 8% no salário, de 12,5% no vale-alimentação e 77% na gratificação.

As empresas do transporte urbano afirmam que a proposta supera a inflação e que o índice inflacionário já foi pago em maio. Além disso, afirmam que houve esforço para evitar a paralisação e lamentam os transtornos causados. Os trabalhadores, contudo, dizem que a greve dos ônibus na Grande Florianópolis só terá fim quando as reivindicações forem acatadas.
Prefeitura da Capital apresenta soluções para encerrar paralisação 2i5w12
A prefeitura de Florianópolis aceitou algumas das exigências feitas pelos trabalhadores do transporte público, a fim de acelerar o acordo e promover o fim da greve dos ônibus na Grande Florianópolis. Dentre as concessões acatadas na capital, estão:
- A partir de 1º de janeiro de 2026, não será mais aceito o pagamento de tarifa embarcada em moeda corrente (dinheiro);
- Até 31 de dezembro de 2025, a posição das catracas na frota que atende o transporte municipal será deslocada para o mais próximo possível da porta dianteira do ônibus, conforme projeto a ser aprovado;
- A criação de um comitê para discussões permanentes sobre o cotidiano do sistema, com integrantes indicados pelo Sintraturb, pelo Consórcio Fênix e pela Secretaria de Infraestrutura da Capital;
- O pagamento do benefício por dirigir sozinho aos motoristas que trabalham nas linhas do morro da capital, através de alteração nas escalas de trabalho para se enquadrar na cláusula específica da CCT.
As medidas foram confirmadas após reunião do poder executivo da capital, na quinta-feira, com representantes do Setuf, Procuradoria-Geral do Município, Guarda Municipal, secretaria de Mobilidade Urbana e de Transportes da capital catarinense.