‘Quantas lágrimas’: morre Cristina Buarque, irmã de Chico e cantora referência do samba 57702y

Cristina era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda; ela era referência na pesquisa de samba

Cristina Buarque aparece sorrindo na foto, usando óculos de grau e uma blusa azul.Cantora e compositora Cristina Buarque morre aos 74 anos – Foto: Redes Sociais/Reprodução/ND

A cantora Cristina Buarque morreu neste domingo (20), aos 74 anos. A informação foi divulgada por Zeca Ferreira, filho da artista, em uma publicação no Instagram. Compositora e sambista, Cristina movimentava a Ilha de Paquetá, onde morava, com uma roda de samba.

Filha do historiador Sérgio Buarque de Holanda e de Maria Amélia Alvim, Cristina Buarque era irmã dos cantores Chico Buarque e Miúcha, que morreu em 2018, e da ex-ministra da Cultura Ana de Hollanda. A causa da morte de Cristina não foi divulgada pela família.

Nas redes sociais, um de seus cinco filhos prestou uma homenagem à mãe e comentou sobre sua personalidade “avessa aos holofotes”.

“Uma vida inteira de amor pelo ofício e pela boa sombra. ‘Bom mesmo é o coro’, ela dizia, e viveria mesmo feliz a vida escondidinha no meio das vozes não fosse esse faro tão apurado, o amor por revirar as sombras da música brasileira em busca de pequenas pérolas não tocadas pelo sucesso, porque o sucesso, naqueles e nesses tempos, tem um alcance curto”, escreveu Zeca, acrescentando que a mãe foi o “ser humano mais íntegro” que já conheceu.

Cristina também foi homenageada pela sobrinha Silvia Buarque. “Minha tia Christina, meu amor. Para sempre comigo”, escreveu a atriz em suas redes.

O bar Bip Bip, tradicional reduto do samba em Copacabana, fez uma publicação lamentando a morte da artista e destacando seu legado: “Formou gerações com suas gravações e repertório, sempre generosa com o material e o conhecimento que acumulou durante anos de rodas de samba.”

Carreira de Cristina Buarque 4b242w

Referência na pesquisa de samba, Cristina gravou seu primeiro álbum, que levou seu nome, em 1974.

Na época, a artista ganhou projeção com a interpretação de “Quantas lágrimas”, composição do sambista Manacéa. Segundo o Instituto Memória Musical Brasileira, a cantora gravou 14 discos ao longo da carreira, sendo o mais recente “Terreiro Grande e Cristina Buarque cantam Candeia”, de 2010.

Além disso, a artista fez pelo menos 68 participações em discos. Ao longo da carreira, Cristina foi respeitada não só por sua voz, mas também pela curadoria que fazia de sambas, valorizando artistas como Wilson Batista e Dona Ivone Lara.

Portelense e conhecida por sua personalidade peculiar, a compositora recebeu o apelido de “chefia” nas rodas de samba cariocas.

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